POEMA DE FERNANDO PESSOA

D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a sorte a não dá
Não coube em mim minha certeza
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve , não o que há

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

Fernando Pessoa

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *