Norte concentra maior proporção de crianças com até cinco anos

Pesquisa inédita feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) detalha o perfil dos pais quedesejam adotar e das crianças aptas à adoção por região brasileira. Segundo o estudo, as regiõesNorte e Nordeste concentram proporcionalmente a maior quantidade de crianças com até cinco anosaptas à adoção, a faixa etária requerida por nove em cada dez pais que desejam adotar no Brasil.Enquanto no Norte 26,5% das crianças inscritas no Cadastro Nacional de Adoção estão nessa faixade idade e no Nordeste são 16,9%, nas demais regiões esse índice não chega a 10%. Essapreferência dos pretendentes é o principal empecilho à adoção no País, confirma a pesquisa, já queapenas 9 em cada 100 crianças aptas à adoção têm menos de cinco anos.O estudo elaborado pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do CNJ analisou o universode pessoas inscritas no Cadastro Nacional de Adoção, coordenado pela Corregedoria Nacional deJustiça, referente a agosto deste ano. Segundo o sistema, há no Brasil 28.151 homens e mulheresque desejam adotar um filho. A maior parte deles (85%) está das regiões Sudeste e Sul, querespondem por 56,5% da população brasileira, de acordo com o Censo 2010. Quatro em cada dezpretendentes brasileiros possuem entre 40 e 49 anos e a maior parte deles (79,1%) está casada. Entreos solteiros, divorciados, separados judicialmente e viúvos, as mulheres são a grande maioria(80%).O número de pais que querem adotar é cinco vezes maior do que a quantidade de crianças eadolescentes aptos à adoção – 5.281 em todo o Brasil. Quase 80% deles também são das regiões Sule Sudeste. O grande empecilho para as adoções é a exigência de idade por parte dos pretendentes,principalmente entre aqueles que têm preferência por crianças brancas. Segundo os pesquisadores,os pais que buscam exclusivamente esse perfil racial, em geral, não aceitam crianças que têm maisde três anos.Já os que aceitam unicamente crianças pretas, pardas ou indígenas costumam ser mais flexíveis e,em geral, não fazem outros tipos de restrição como de idade ou sexo. O percentual de pretendentesque buscam essas raças na hora de adotar é maior nas regiões Norte e Centro-Oeste (cerca de 50%),enquanto a média nacional é de aproximadamente 35%. Quem busca crianças mais velhas, commais de seis anos, tampouco costuma fazer restrições quanto às demais características do futurofilho.
Norte
– A região Norte responde por 2,3% do total de pessoas que desejam adotar inscritas noCadastro Nacional de Adoção. Nesse universo, o percentual de casados (64,1%) é o menor quandocomparado às demais regiões brasileiras. Por outro lado, os pretendentes solteiros (16,1%) e emunião estável (15,3%) apresentam os percentuais mais expressivos em relação às outras partes doBrasil. De acordo com o estudo, também está no Norte a maior proporção de pessoas entre 18 e 39anos que querem se tornar pais adotivos (38,2%), sendo, proporcionalmente, a região compretendentes mais jovens.
Nordeste
– O Nordeste chamou a atenção dos pesquisadores pelo percentual de pretendentesdivorciados – 3,2% dos candidatos –, o mais expressivo do País. Os viúvos também correspondemao dobro da média nacional. Embora o Nordeste seja a região brasileira cuja população apresenta amenor expectativa de vida – 70,4 anos, segundo dados de 2009 do IBGE –, 23% dos pretendentesnordestinos inscritos no cadastro têm mais de 50 anos. Esse percentual é superior ao aferido nasregiões Sudeste (22,8%), Norte (20,9%) e Centro-Oeste (20,2%).
Centro-Oeste
– Embora no Centro-Oeste os casados sejam maioria entre os que desejam adotar(70%), no universo de mulheres, as pretendentes à adoção que são divorciadas (7,3%) apresentam omaior índice regional. Em relação à faixa etária, assim como no Nordeste, é elevado o número depessoas com mais de 50 anos que querem adotar (20,2%). O Centro-Oeste é a região do país quepossui o percentual mais expressivo de pretendentes na faixa de 30 a 49 anos de idade (75,4%).
Sudeste
– A região mais populosa do Brasil é responsável por aproximadamente 50% dospretendentes registrados no Cadastro Nacional de Adoção, grande parte deles (43,9%) com idadeentre 40 e 49 anos – o maior percentual registrado nessa faixa etária. No tocante às mulheres quebuscam um filho adotivo, o Sudeste apresenta o maior percentual de casadas (54,2%), enquanto osíndices de solteiras (26,4%) e em união estável (8,4%) são menores em relação às demais regiõesanalisadas.
Sul
– O Sul apresenta o maior percentual de pretendentes casados (82,3%) do País. Por outro lado,os índices relativos aos futuros pais em união estável (7,9%), solteiros (7,5%), divorciados (1%) eviúvos (0,5%) são os menos significativos quando comparados às demais regiões políticoadministrativasbrasileiras. A região também apresenta o maior percentual de homens (81,2%)inscritos no Cadastro Nacional de Adoção. O número de pessoas maiores de 60 anos que queremadotar no Sul (10,4%) também é proporcionalmente o maior do País.
Mariana BragaAgência CNJ de Notícias

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